A Câmara dos Deputados no Brasil abriga hoje cerca de 14 mil funcionários diretos. O número impressiona quando comparado ao padrão internacional. Nos países do G7 — grupo que reúne as maiores economias democráticas do mundo (EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália e Canadá) —, a média de servidores parlamentares gira em torno de 5 mil por país.
A Câmara brasileira, desse modo, mantém um quadro quase 180% maior do que a média das nações mais ricas do planeta. O contraste aumenta quando se considera a renda nacional. Apesar de ter um PIB per capita muito inferior ao dos integrantes do G7, o Brasil sustenta uma máquina legislativa proporcionalmente mais cara.
Câmara: cargos ‘ultrapassados’ em meio a privilégios
Enquanto a Câmara dos EUA emprega cerca de 10 mil pessoas para atender 435 deputados, em Brasília a estrutura alcança patamares que superam até o Parlamento alemão, referência em complexidade legislativa. Além do tamanho da folha, Brasília chama a atenção pela variedade de cargos.
Há funções raras ou inexistentes em parlamentos estrangeiros. Alguns exemplos: museólogos, engenheiros de segurança do trabalho, médicos de carreira permanente e até técnicos especializados em documentação e informação legislativa.
Leia também: “A oposicão precisa salvar a CPI e se salvar”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 285 da Revista Oeste
Em muitos países, essas atribuições se enquadram em prestações de serviço temporário ou terceirizado, não integrando o quadro fixo de pessoal. Além disso, norte-americanos, europeus e asiáticos procuram explorar recursos tecnológicos para ganhar mais produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir custos com pessoas e infraestrutura.
Apesar do contingente elevado, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), autorizou na última quinta-feira, 11, a realização de um novo concurso público. Serão abertas vagas para analistas e técnicos legislativos, com salários iniciais de R$ 34,8 mil e R$ 26,1 mil, respectivamente.
A decisão, anunciada durante a apresentação da agenda de gestão 2025-2027, reforça a percepção de que o Legislativo brasileiro segue na contramão das principais democracias do mundo: mais servidores, mais custos e mais pressão sobre os cofres sustentados pelos pagadores de impostos.
+ Leia mais notícias de Política na Oeste
Fonte: Revista Oeste
+ There are no comments
Add yours