Psol denuncia Nikolas por campanha de demissão de extremistas

Acusações de violação de direitos constitucionais embasam uma representação protocolada por nove deputados federais do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Ministério Público do Trabalho nesta quarta-feira, 17, contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o empresário Tallis Gomes.

Os congressistas afirmam que o parlamentar do PL e o executivo violaram preceitos legais ao incentivar demissões de funcionários que publicaram discursos de ódio sobre a morte do ativista norte-americano Charlie Kirk, alvo de um ataque a tiro em 10 de setembro.

A campanha, identificada pela hashtag “DemitaExtremistas”, tem o objetivo de pressionar empregadores a dispensar trabalhadores que celebraram ou comentaram sobre o caso Kirk e outros relacionados nas redes sociais.

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Na visão dos parlamentares do Psol, a iniciativa afronta a liberdade de pensamento e de convicção política, princípios garantidos pela Constituição Federal.

Acusação contra Nikolas de perseguição política

Guilherme Boulos na Câmara dos Deputados
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) é um dos que assinou o pedido | Foto: Divulgação/Câmara

Os deputados argumentam que, sob o pretexto de combater extremismo, Nikolas e Tallis promovem perseguição de trabalhadores por opiniões políticas.

“Sob a desculpa de que estariam ‘perseguindo extremistas que apoiam a morte’ […] os denunciados têm levado a cabo uma verdadeira campanha de incentivo à perseguição de trabalhadores por suas convicções políticas”, dizem os deputados, conforme consta na denúncia. “Eles violam a liberdade de manifestação do pensamento (artigo 5º, IV, CF), liberdade de consciência (artigo 5º, VI, CF) e de convicção filosófica ou política (art. 5º, VIII).”

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A representação tem a assinatura de Guilherme Boulos (Psol-SP), Erika Hilton (Psol-SP), Célia Xakriabá (Psol-MG), Henrique Vieira (Psol-RJ), Ivan Valente (Psol-SP), Luciene Cavalcante, Talíria Petrone (Psol-RJ), Tarcísio Motta (Psol-RJ) e Paulo Lemos (Psol-AP). O texto classifica a campanha como abuso de direito e assédio laboral baseado em convicções políticas.

O documento menciona episódios em que Nikolas Ferreira pressionou o Theatro Municipal de São Paulo e a revista Vogue Brasil por causa de manifestações de funcionários. Em uma das situações, o liberal declarou que pediria ao prefeito Ricardo Nunes o desligamento de um funcionário do teatro.

Leia também: “Amor ou ódio?”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 287 da Revista Oeste

No caso da Vogue Brasil, Nikolas solicitou a demissão de Zazá Pecego, stylist da revista, por uma publicação que supostamente comemorava o assassinato de Kirk — interpretação contestada pela própria profissional. Zazá foi demitida na sexta-feira 12.

Até o momento, o Ministério Público do Trabalho não informou quando analisará a representação e quais medidas tomará em relação ao caso.

Fonte: Revista Oeste

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