Depois de pedidos oficiais do vereador Adrilles Jorge (União), a Prefeitura de São Paulo começou o processo de rompimento do contrato com a Organização Social Sustenidos, responsável pela gestão do Theatro Municipal. A decisão surge depois de a entidade recusar demitir Pedro Guida, gestor de elencos, que celebrou publicamente a morte do ativista norte-americano Charlie Kirk.
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Guida, vinculado à Sustenidos, divulgou em suas redes que Kirk “mereceu morrer por ser nazista”, referindo-se ao assassinato do norte-americano durante uma palestra na Universidade Utah Valley, em Orem, nos Estados Unidos, em 10 de setembro. Kirk tinha 31 anos, era casado e pai de dois filhos.
Pressão política na prefeitura e princípios constitucionais
Diante da repercussão do vídeo de Guida, Adrilles articulou apoio de 25 vereadores para um ofício exigindo a rescisão do contrato entre a empresa e o Executivo municipal. Segundo o parlamentar, a atitude de Guida feriu princípios constitucionais da administração pública, como legalidade, impessoalidade e moralidade, conforme o artigo 37 da Constituição.
“Quando se fala em liberdade, inclusive a de expressão, de opinião, sou o primeiro a defender”, disse o vereador. “Mas não podemos confundir liberdade com incitação ao ódio, com a celebração da execução de alguém, ainda mais quando isso parte de pessoa com vínculos de trabalho com a administração pública.”
Reações da administração e resposta da Sustenidos
Antes mesmo do pedido formal do vereador, a administração do Theatro Municipal sugeriu à Sustenidos o desligamento de Guida, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também recomendou medidas firmes por conta da repercussão negativa, mas a organização não adotou nenhuma providência.
“A Sustenidos foi longe demais, ao manter em seu expediente um cidadão que reverbera nas redes sociais o prazer pela morte de um cristão, brutalmente assassinado”, criticou Adrilles. “Mesmo alertada, a empresa manteve o homem no quadro de funcionários. Não é possível a Prefeitura dar continuidade a uma relação jurídica com uma organização conivente com este tipo de conduta.”
Na quinta-feira 18, o prefeito oficializou à Procuradoria-Geral do Município o pedido de revisão contratual com a Sustenidos. Para Adrilles, o caso prejudicou a imagem e a integridade da administração cultural da cidade.
“A decisão do prefeito [de São Paulo] Ricardo Nunes (MDB) em suspender o contrato com a Sustenidos é acertada”, comentou. “Esta OS deve receber a repulsa de todo cidadão paulistano, sobretudo de quem frequenta o Theatro Municipal. Não é razoável a maior cidade da América Latina compactuar com uma companhia que aceita a celebração da morte de um homem, de um pai de família.”
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Fonte: Revista Oeste
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