A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana o regime de urgência para o projeto que concede anistia a condenados pelos atos do 8 de janeiro. Entre os 311 votos favoráveis, 181 partiram de siglas que controlam ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Republicanos, PP e União Brasil lideraram o apoio, com votação de mais de 80% de suas bancadas a favor do requerimento. Essas três legendas, que compõem o centrão e ocupam pastas importantes, foram determinantes para levar o tema direto ao plenário, sem análise prévia em comissões.
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Por sua vez, o PL concentrou a maior parte dos votos favoráveis ao texto, com apoio maciço de sua bancada. A sigla não contabilizou votos contrários, apenas abstenções. O resultado representou uma derrota para o Planalto, que tentou frear o avanço da proposta nos bastidores.
Agora, os deputados devem debater o conteúdo do projeto. Setores do Congresso defendem uma anistia ampla, que inclua até o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto ministros do Supremo Tribunal Federal articulam a aprovação de um texto mais restrito, com penas reduzidas.
Partidos aliados de Lula rejeitam urgência da anistia
Partidos mais identificados com o presidente, como PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB e Rede, não cederam nenhum voto a favor da urgência. Já outras siglas com ministros no governo se mostraram divididas — especialmente o MDB e o PSD.
No MDB, metade dos deputados apoiou o requerimento (21 votos), enquanto 14 se posicionaram contra. A bancada ainda teve duas abstenções e cinco ausências.
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O PSD seguiu caminho semelhante: 28 parlamentares votaram a favor da urgência, o equivalente a 62% da legenda. Outros 12 deputados rejeitaram o pedido — a maioria deles atua nos Estados do Ceará, Bahia e Piauí, onde o partido mantém alianças com o PT.
Antônio Brito (BA), líder do PSD na bancada, não compareceu à votação. Ao comentar o clima antes da sessão, Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Casa, pediu calma diante de “visões distintas e interesses divergentes sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023”.
Fonte: Revista Oeste
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