Gilmar é alvo de críticas depois de exaltar ato contra anistia

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), virou alvo de críticas nas redes sociais depois de exaltar o ato organizado pela esquerda contra a anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.

Em publicação no X, Gilmar chamou as manifestações anti-Lula do 8 de janeiro de “atos golpistas” e disse que os protestos da esquerda, no fim de semana, são “demonstrações de apoio ao STF”.

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“Graças à atuação vigilante do STF e à mobilização da sociedade, o Brasil reafirma que não há espaço para rupturas ou retrocessos”, escreveu o ministro. “Não por acaso, a bandeira que se estendeu nas ruas foi a do Brasil, símbolo maior da nossa soberania e da unidade nacional.”

“A mensagem é clara: é hora de olhar adiante”, continuou Gilmar. “Precisamos transformar essa energia democrática em um grande pacto nacional entre Executivo, Legislativo e Judiciário, comprometido com uma agenda de reconstrução e de futuro. O país clama por estabilidade e por avanços concretos em áreas como economia, segurança pública, meio ambiente e justiça social. Somente com unidade e visão de longo prazo construiremos um Brasil mais forte e verdadeiramente democrático para as próximas gerações.”

Juristas criticam ativismo e parcialidade de Gilmar Mendes

Pelo X, o advogado André Marsiglia ressaltou que “quando ministros antecipam posições, comprometem a imparcialidade exigida pela Constituição”.

O advogado Martin de Luca, que representa as redes sociais Truth Social, de Donald
Trump, e Rumble no Brasil, também criticou o “ativismo político” do ministro.

“Um juiz deve encarnar a imparcialidade”, afirmou o advogado em publicação no X. “No entanto, o senhor celebra abertamente atos orquestrados pelo partido no poder, atos nos quais o próprio STF é exaltado como ator político. Isso não é independência judicial; é ativismo político.”

Parlamentares apontam violações à Constituição na fala do ministro

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) lembrou que o texto constitucional proíbe a manifestação político-partidária por parte de juízes.

Já o senador General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou a parcialidade do ministro.

A economista e comentarista da Revista Oeste, Marina Helena, disse que “Gilmar gabaritou a lista do que um ministro do STF não pode fazer: Elogiar ato governista, torcer por um lado político, buscar holofotes e falar em ‘pacto’ entre poderes”.

“Esse é o decano da Corte”, completou Helena. “Sintoma de um Judiciário completamente desgovernado.”

Leia também: “Cancelamento do direita”, artigo de Rodrigo Constantino, publicado na Edição 288 da Revista Oeste



Fonte: Revista Oeste

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