Lula abre Assembleia-Geral da ONU em meio a tensão diplomática

Em meio a tensões diplomáticas recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume, nesta terça-feira, 23, a responsabilidade de abrir a 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nos EUA. O evento ocorre um dia depois de os Estados Unidos anunciarem novas sanções contra o Brasil, que envolveram figuras ligadas ao governo federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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O petista deve utilizar o discurso para reafirmar a defesa da democracia, abordar o combate à fome e destacar a importância de fortalecer mecanismos multilaterais. Lula também pretende enfatizar a soberania nacional e rejeitar qualquer tipo de ingerência internacional sobre o país.

Sanções dos EUA e resposta do governo Lula

alexandre de moraes e a mulher viviane barci de moraes
O ministro Alexandre de Moraes ao lado da mulher, a advogada Viviane Barci de Moraes | Foto: Ricardo Stuckert/PR

As sanções, anunciadas pelo governo de Donald Trump nesta segunda-feira, 22, atingiram Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do instituto Lex, ligado à família do magistrado. No mesmo dia, o governo republicano revogou o visto do advogado-geral da União, Jorge Messias.

O Ministério das Relações Exteriores classificou essas medidas como “indevidas” e “um novo ataque à soberania brasileira”. O governo brasileiro saiu em defesa do ministro e do STF, sob o argumento de que tais ações não favorecerão “os responsáveis por liderarem a tentativa frustrada de golpe de Estado”. Em nota, o governo afirmou que “o Brasil não se curvará a mais essa agressão”.

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Segundo informações da Procuradoria-Geral da República (PGR), oito ministros do STF tiveram os vistos para os Estados Unidos revogados.

Tradição na ONU e agenda do evento

O presidente da Argentina, Javier Milei, discursa na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, EUA (24/9/2024) | Foto: REUTERS/Mike Segar

Desde a década de 1950, o Brasil tradicionalmente inaugura os discursos da Assembleia-Geral da ONU, embora não haja norma formal. Depois da fala de abertura do secretário-geral António Guterres e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock, Lula será o primeiro chefe de Estado a discursar, seguido por Donald Trump.

A previsão é que Lula fale às 10h (Brasília). Este será seu décimo discurso na ONU; apenas em 2010, durante a campanha para eleger Dilma Rousseff, Lula não participou pessoalmente do evento.

Leia também: “O picadeiro da ONU”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 288 da Revista Oeste

No período da manhã, além de Lula e Trump, discursam líderes da Indonésia, Turquia, Peru, Jordânia, Coreia do Sul, Catar, Suriname, Lituânia, Portugal, Uruguai, Eslovênia, Cazaquistão, África do Sul e Usbequistão. As falas seguem ordem previamente estabelecida.

À tarde, a partir das 16h, para completar a agenda do primeiro dia do evento, discursam representantes da Mongólia, Turcomenistão, Chile, Tajiquistão, Líbano, França, Quirguistão, Colômbia, Polônia, Moçambique, Vietnã, Angola, Libéria, República Democrática do Congo, Iraque e Nauru.

Fonte: Revista Oeste

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