Lula escolhe funcionário do Banco do Brasil para presidir Correios

Depois de um período prolongado de indefinição, Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, foi escolhido para comandar os Correios. O nome de Rondon foi validado pela Casa Civil e deve ser encaminhado até esta quarta-feira, 17, ao Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração da estatal. A expectativa é que a nomeação aconteça ainda nesta semana.

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O executivo irá substituir Fabiano Silva dos Santos, que pediu demissão em 4 de julho, mas permaneceu no cargo aguardando a indicação do sucessor. A demora na escolha gerou uma situação inusitada, mantendo Santos à frente da empresa por mais de dois meses depois de sua carta de renúncia. A indicação do novo presidente, que tem perfil técnico e discreto, ocorreu com o apoio do ministro Rui Costa, da Casa Civil.

Perfil do novo presidente dos Correios

Sem dinheiro, governo empurra decisões e deixa os Correios em situação cada vez mais crítica | Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil
Correios vive crise sem precedentes | Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

Economista formado pela Universidade Federal Fluminense e com MBA Executivo pelo Ibmec, Rondon atua no Banco do Brasil desde 2005. Ele ocupou cargos como analista, assessor sênior e gerente. Desde maio de 2017, lidera a gerência executiva responsável por produtos de crédito para pessoas jurídicas e recebíveis.

O cenário que aguarda Rondon é desafiador. Os Correios registraram prejuízo de R$ 2,64 bilhões no segundo trimestre de 2025, quase cinco vezes superior ao resultado negativo do mesmo período de 2024, que foi de R$ 553,2 milhões. No acumulado do semestre, o saldo negativo chegou a R$ 4,37 bilhões, triplicando a perda de R$ 1,35 bilhão registrada no ano anterior.

Risco de dependência do Tesouro

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Durante a gestão de Santos, a direção da estatal alertou o governo federal sobre a necessidade de um possível aporte financeiro para evitar falta de recursos em caixa. Inicialmente, comunicou o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, e, em seguida, outros integrantes do Executivo, em reunião realizada em junho.

Nas últimas semanas, cresceu a preocupação dentro da empresa quanto ao risco de não haver verbas suficientes para salários e despesas essenciais até o final de 2025. Caso isso se confirme, será necessário recorrer ao Tesouro Nacional, o que tornaria os Correios dependentes do Orçamento Federal.

Leia também: “Uma bomba chamada Correios”, reportagem de Lucas Cheiddi e Uiliam Grizafis publicada na Edição 287 da Revista Oeste

Este cenário obrigaria o governo a acomodar cerca de R$ 20 bilhões em despesas adicionais no Orçamento, o que exigiria cortes em políticas públicas para cumprir as regras fiscais. Técnicos do governo consideram inevitável o repasse, já que projeções apontam para problemas de caixa já para o próximo mês.

Fonte: Revista Oeste

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