O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, afirmou neste domingo, 7, que é vítima de “perseguição política e religiosa” por parte do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante discurso na manifestação “Reaja, Brasil”, na Avenida Paulista, Malafaia relatou a apreensão de seu passaporte e de três cadernos de anotações, além de criticar os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e defender a concessão de anistia.
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Segundo o pastor, há quatro anos ele denuncia o que chama de “crimes do ditador de toga”. “Os ministros do STF foram constituídos (…) para zelar e fazer cumprir a Constituição”, declarou. “Tenho mostrado que Alexandre de Moraes tem rasgado sucessivamente a Constituição.”
Malafaia citou como exemplo o Inquérito das Fake News. “Há seis anos que ele comanda um inquérito imoral e ilegal”, afirmou. “Esse inquérito é imoral e ilegal porque não tem a participação do Ministério Público. Artigo 129 da Constituição diz que o Ministério Público é o senhor da ação penal.” Para ele, a partir desse processo Moraes “constituiu o crime de opinião no Brasil”.
Malafaia diferenciou a atuação da Polícia Federal, que chamou de “instituição honrada”, daquilo que definiu como “Gestapo de Alexandre de Moraes”, em referência à polícia política do regime nazista. “Olha como é que é feito o jogo”, introduziu. “Ele, a Gestapo de Alexandre de Moraes, vaza para a imprensa oficial dele chamada GloboNews.”
Malafaia denuncia perseguição
O pastor disse que foi incluído em investigações que apuram obstrução de justiça, coação no curso do processo, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. “É crime dar conselho?”, perguntou. “É crime criticar? É crime influenciar?”
Ele relatou ainda que, ao retornar de Portugal, teve seus cadernos de anotações e passaporte retidos pela Polícia Federal por ordem do ministro. “Estava entrando no Brasil, não saindo”, destacou. Segundo ele, a medida atrapalhou sua agenda internacional. “Então, ele impede o livre exercício da minha função”, o que configura o episódio, segundo ele, como perseguição também no âmbito religioso.
Malafaia disse que a retenção de documentos de trabalho se somou à apreensão de seu telefone. “Vaza as conversas do meu telefone com jornalistas importantes, vaza!”, desafiou. “Os vídeos que publico, mando para quatro ministros do STF”, afirmou, ao acrescentar que não considera haver ilegalidade em tais contatos.
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Críticas a Lula e Dilma
Durante o discurso, o pastor fez comparações entre episódios que envolvem políticos de diferentes partidos. Ele afirmou que, em 2016, a então presidente Dilma Rousseff pediu sanções contra o Brasil em Nova Iorque. “Quando é a direita, é traidor da pátria; quando é a esquerda, é direito”, declarou. Em seguida, acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser “o verdadeiro traidor da nação brasileira”.
Sobre Bolsonaro, Malafaia afirmou que o ex-presidente é alvo de perseguição e criticou o julgamento em curso no STF. “Isso aí é um circo, isso não é julgamento”, disse. “Bolsonaro já foi julgado. É um teatro.” Ele também pediu “anistia já” a todos os envolvidos nos processos relacionados aos atos de 8 de janeiro.
O pastor também elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a quem chamou de “um leão em favor da anistia”. Ressaltou, no entanto, que nenhum político deveria se colocar como alternativa a Bolsonaro em eventual disputa presidencial. “Nenhum filho de Bolsonaro, nem ninguém da direita tem que dizer: se Bolsonaro não for candidato, eu estou aqui”, declarou. “Isso é imaturidade política.”


Um recado a Moraes
Na parte final, Malafaia utilizou passagens bíblicas em referência a Moraes. “O Senhor é o meu ajudador, não temerei o que me possa fazer o homem”, leu no livro de Hebreus. Também citou palavras atribuídas a Jesus Cristo e fez uma analogia ao confronto entre Davi e Golias. “Escute, Alexandre Moraes, tu vens a mim com a toga, com o seu poder e a sua injustiça”, afirmou. “Porém eu venho a ti, em nome do Deus Todo-Poderoso.”
O pastor encerrou com um pedido de coragem ao público. “Acabou o medo, nós somos o supremo poder”, disse. Ele reiterou apoio a Bolsonaro e questionou as restrições impostas ao ex-presidente. “Um ex-presidente da República com tornozeleira eletrônica, que não pode usar telefone e redes sociais, que não pode sair de casa”, relatou. “Que democracia é essa?”
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Fonte: Revista Oeste
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