O ex-presidente Jair Bolsonaro não estará presente no segundo dia do julgamento da ação penal sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF). A ausência foi confirmada por sua defesa, que atribuiu a decisão a problemas de saúde. O político também não compareceu à abertura do julgamento, realizada nesta terça-feira, 2.
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Segundo o advogado Celso Vilardi, Bolsonaro “não está bem” e enfrenta episódios de vômitos e crises de soluços em decorrência de um quadro de esofagite e gastrite. O ex-presidente também segue tratamento para hipertensão e refluxo, além de recomendações médicas de prevenção contra broncoaspiração. Aos 70 anos, Bolsonaro apresenta complicações agravadas pelas cirurgias realizadas em decorrência da facada sofrida em 2018.
O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin — que preside o colegiado —, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A análise pode se estender até 12 de setembro, em sessões marcadas para manhã e tarde em algumas datas.
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Sustentações orais e presença de outros réus
A sessão desta quarta-feira, 3, será dedicada às sustentações orais das defesas de quatro réus que não falaram no primeiro dia, entre elas a do próprio Bolsonaro. Também apresentarão argumentos os advogados do ex-ministro de Segurança Institucional, Augusto Heleno; do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice na eleição de 2022. Entre os acusados do chamado “núcleo 1”, Nogueira foi o único que confirmou presença física no julgamento. Os demais optarão por acompanhar à distância.

Bolsonaro em prisão domiciliar
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. Para ir ao STF, precisaria de autorização prévia de Moraes. De acordo com os advogados, embora tenha cogitado comparecer, prevaleceu a orientação médica e jurídica pela ausência. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que visitou Bolsonaro em sua casa em Brasília nesta segunda-feira, 1º, relatou que o ex-presidente “está soluçando muito” e que não seria viável sua ida ao julgamento. “Mas vamos ver, ele está fazendo o que os advogados estão mandando”, afirmou.
Bolsonaro e outros sete réus são acusados de crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. As sessões estão previstas para seguir até 12 de setembro e são transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do Supremo no YouTube.
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Fonte: Revista Oeste
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