PUC cancela apresentação de Peninha em Porto Alegre

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) anunciou o cancelamento da apresentação do jornalista e escritor Eduardo Bueno, o Peninha. O evento deveria ocorrer neste domingo, 14, em Porto Alegre. O conteúdo, sob o título de “Brasil: Pecado Capital”, tinha como proposta narrar a história de Salvador, Rio de Janeiro e Brasília. O objetivo era discutir como a construção do poder nacional se relacionou com esquemas, desvios e superfaturamentos.

O cancelamento ocorreu depois de declarações de Bueno sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. Em vídeo que foi ao ar em seu perfil nas redes sociais, Peninha disse que era “terrível um ativista ser morto por ideias, exceto quando é Charlie Kirk” e que “foi bom para suas filhas”. As falas geraram repercussão negativa entre vários setores da sociedade. Com isso, a PUC decidiu rescindir o contrato para a realização do evento.

PUC repudia ataque à vida, diz nota

Em nota, a PUC-RS afirmou que a atividade não integrava sua programação institucional e seria promovida por terceiros em espaço destinado à locação. “O evento ‘Brasil: Pecado Capital com Eduardo Bueno’ não será mais realizado no Salão de Atos Ir. Norberto Rauch, em razão da rescisão do contrato de locação”. 

Mensagem da PUC-RS publicada em sua sessão Stories, no Instagram | Foto: Reprodução/Instagram/stories/pucrs
Mensagem da PUC-RS publicada em sua sessão Stories, no Instagram | Foto: Reprodução/Instagram/stories/pucrs

A universidade ressaltou que repudia qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana, destacando que tais posturas não condizem com seus valores institucionais, ao mesmo tempo em que afirmou manter compromisso com a liberdade de expressão. Veja abaixo como Peninha se manifestou ao saber do assassinato de Kirk.

O vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (Novo) reagiu às declarações de Bueno. Ele denunciou a filha do escritor, que mora nos Estados Unidos, ao consulado norte-americano. A alegação é de “ameaça à segurança de brasileiros e americanos”. Rosário comemorou o cancelamento, afirmando que a decisão da PUC representa “uma vitória de quem acredita que o respeito à vida deve se sobrepor a qualquer discordância política”.

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Quem também se manifestou positivamente quanto à posição da PUC foi o deputado federal e líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL/RS). Em sua página no Twitter/X, ele escreveu: “Parabéns, PUCRS! A vida deve ser respeitada, assim como a família. Cada pessoa tem o direito de pensar de forma diferente, mas comemorar ou desejar a morte de alguém por divergências políticas é algo desumano e inaceitável. Não podemos nos transformar em animais diante das diferenças”.

A decisão da universidade é mais uma entre várias instituições que vêm tomando medidas contra pessoas que fazem propaganda pela violência política. Um músico em São Paulo, por exemplo, está em processo de demissão em uma empresa que presta serviço ao Theatro Municipal. Pedro Guida chamou Kirk de neonazista. 

No Ceará, a Polícia Militar, segundo o deputado André Fernandes (PL/CE), “tomará providências” contra o agente Veríssimo Torres que escreveu em sua página nas redes sociais: “Mataram o Nikolas Ferreira dos EUA, agora falta saber quando o daqui tbm vai…”.

Escritor faz retratação em seu perfil

Neste sábado, 13, Peninha divulgou um vídeo no qual admite fazer uma retratação. Ele afirma que cometeu um deslize levado pelo clima das redes sociais. O esquerdista, no entanto, aproveitou para atacar políticos da direita.

Disse lamentar ter colocado combustível no assunto [a morte Kirk], o que teria ajudado a criar uma “cortina de fumaça” sobre a condenação de Jair Bolsonaro. Peninha reitera que cometeu excessos e deslizes em sua fala, mas afirma que “80% dos comentários” sobre a sua fala são “desprezíveis”.

Peninha acrescentou que o vídeo foi retirado do ar pelo próprio Instagram; e não por ele. Apesar de todo o discurso, ele negou ser de esquerda e destacou que o cancelamento da peça na PUC-RS foi decidido em comum acordo.

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Fonte: Revista Oeste

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