A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ouviu mais um depoimento do processo de cassação que pode levar à perda do mandato da deputada Carla Zambelli. Nesta quarta-feira, 17, foi a vez do ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro.
Em seu depoimento, feito à distância por videoconferência, Tagliaferro afirmou que um dos “principais alvos” de Moraes durante sua presidência no TSE foi Zambelli.
“A deputada Carla Zambelli era um dos principais nomes solicitados pelo ministro Alexandre de Moraes através de seus auxiliares, para que tudo que ela postasse fosse monitorado e feito relatório”, afirmou. “Todo e qualquer vídeo que Zambelli postava, isso tudo caía na mão dele (Moraes) e chegava até mim pelos juízes auxiliares e, independentemente da fala, tinha que ser relatado.”
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De acordo com Tagliaferro, a Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE, a qual ele era chefe, tinha como rotina monitorar todas as publicações da parlamentar nas redes sociais durante as eleições de 2022. Ele ainda disse ter de 150 a 200 pedidos específicos envolvendo a parlamentar.
Zambelli chora


Presa na Itália, Zambelli também participou da audiência por videoconferência. Ao ouvir a denúncia do ex-assessor, a parlamentar agradeceu: “Estou um pouco emocionada de estar tão agradecida de fazer isso por mim, Tagliaferro”.
“A coragem que você está tendo agora e do quanto você se expôs, isso eu nunca vou esquecer na minha vida”, disse a deputada, com lágrimas no rosto. “Eu vou sempre rezar por você.”
Essa foi a terceira sessão com testemunhas arroladas pela defesa de Zambelli. Na semana passada, o hacker Walter Delgatti Neto voltou a afirmar que a deputada ordenou as invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os dois trocaram farpas, e Zambelli acusou Delgatti de “mitomaníaco”.
Provas de Tagliaferro contra Moraes
Além de detalhar o monitoramento de Zambelli, Tagliaferro afirmou ter guardado provas contra Moraes: “Desde que eu entrei no Tribunal, eu já percebi que o trabalho ali não era de acordo com os meus princípios, ainda mais por pedirem para deletar mensagens”.
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O ex-assessor detalhou que, por ser perito e trabalhar com provas, tinha decidido não “apagar as provas”. “Eu resolvi guardar tudo porque eu sabia que lá na frente eu poderia divulgar isso caso algo errado acontecesse”, disse.
“Só que eu não conseguia fazer aquilo dentro do Tribunal, porque pessoas longe já têm sua vida destruída, imagina dentro do Tribunal”, prosseguiu. “Ele (Moraes) sabia de tudo que eu fazia, onde eu morava, minha família. Eu pedi exoneração diversas vezes, mas foram rasgadas.”
Fonte: Revista Oeste

                        
                

                                    
                                    
                                    
                            
                            
                            
                                                            
                                                            
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