‘A radicalização ideológica está amplamente difundida’

O assassinato do ativista norte-americano Charlie Kirk é mais um exemplo de como a radicalização do discurso instiga crimes contra políticos e pensadores de direita, afirma a socióloga Marize Schons. O influenciador conservador foi assassinado no último dia 10, quando discursava para uma multidão na Universidade Vale de Utah, nos Estados Unidos.

“O caso do Charlie Kirk não deixa dúvida que a radicalização ideológica está amplamente difundida nas massas, na cultura, nos influenciadores e nos diversos setores da sociedade civil”, diz Marize, que é doutora em sociologia e professora de teologia política. “Essa difusão popular de que a violência física é um instrumento disponível para fazer política vai, inclusive, contribuir para que os políticos se sintam autorizados para radicalizar também.”

Marize Schons
Socióloga e professora, Marize Schons é escritora. Ela é autora do livro O Mínimo sobre liberalismo | Foto: Reprodução/Instagram/@marizeschons

A socióloga afirma que casos como o de Kirk não estão restritos aos EUA. De acordo com ela, políticos brasileiros, sobretudo aqueles identificados como anti-esquerda, também acabam entrando na mira da radicalização que vai além do debate.

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“Não dá para negar como uma tensão política muito parecida acontece no Brasil”, avalia Marize. “Por isso, por mais que alguém de esquerda possa sugerir que a morte de um líder conservador é desejável ou ainda não é ‘problema dela’, esse é um grande equívoco, e uma incoerência, pelo menos para quem diz que defende a democracia.”

Radicalização e banalização de termos

Ainda na parte de se radicalizar o discurso — e as ações — contra adversários políticos, a doutora em sociologia também critica o que chama de banalização de determinadas palavras. Nesse sentido, afirma que até pessoas comuns passaram a ser chamadas, por exemplo, de “fascistas”.

“Trata-se de uma radicalização que imputa ‘fascismo’ a alguém que tem um estilo de vida mais conservador”, diz Marize. “Isso envolve uma banalização das palavras que pode enquadrar qualquer opinião legítima como uma opinião criminosa.”

O avanço do ódio contra políticos e pensadores da direita pauta a reportagem de capa da Edição 288 da Revista Oeste. Intitulado “Vítimas da intolerância”, o texto está disponível aos mais de 100 mil assinantes do veículo de comunicação que defende a liberdade e não aceita dinheiro público.

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Fonte: Revista Oeste

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