Fala sobre ‘bolsonarismo’ foi o único arrependimento de Barroso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira, 26, que sua única frustração à frente da Corte foi uma declaração feita em 2023. Na ocasião, durante um congresso da União Nacional dos Estudantes, o ministro declarou: “Nós derrotamos o bolsonarismo”.

Segundo o magistrado, a fala transmitiu uma ideia de que o tribunal atuava politicamente contra aliados e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Foi a única vez em que não demonstrei respeito a quem pensa diferente, e pedi desculpa por isso”.

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“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, disse o ministro em 2023.

Barroso alegou que se expressou daquela forma em meio a um protesto estudantil que o impedia de discursar. Ao rebater as vaias, acabou usando o termo que, segundo ele, teve repercussão negativa e não refletia sua intenção. “Não foi o Supremo quem derrotou, foi a sociedade brasileira no voto”.

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Barroso critica voto impresso e diz que urnas foram alvo de “golpe”

Apesar do episódio, o magistrado defendeu o legado de sua presidência. Afirmou que o STF atuou para proteger a democracia e manter o funcionamento das instituições. Destacou, entre os principais atos, a rejeição do voto impresso.

“Estou convencido de que o projeto de desacreditar as urnas eletrônicas criava o ambiente para um golpe em caso de derrota eleitoral”, argumentou o magistrado.

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Durante seu mandato, Barroso também enfrentou tensão internacional. O governo dos Estados Unidos impôs sanções a integrantes do STF, incluindo o próprio magistrado. A ação norte-americana resultou na revogação de vistos diplomáticos.

Na próxima segunda-feira, 29, Barroso deixará a presidência da Corte. Nesse sentido, o comando do STF passará ao ministro Edson Fachin.

Fonte: Revista Oeste

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