Governo Lula recorre à ONU contra restrições dos EUA a Padilha

O Ministério das Relações Exteriores recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU) solicitando intervenção diante das limitações impostas pelos Estados Unidos ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O chanceler Mauro Vieira comunicou que já relatou a situação ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à presidência da Assembleia-Geral, ressaltando que as medidas são “sem cabimento, injustas e absurdas”. O Itamaraty ainda aguarda resposta oficial da ONU.

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Apesar de Padilha ter recebido visto para participar da Assembleia-Geral da ONU, o governo norte-americano restringiu sua circulação em Nova York.

Segundo autoridades dos EUA, Padilha e seus familiares poderão se locomover apenas em um raio de cinco quarteirões a partir do hotel onde estão hospedados, além dos trajetos necessários até a sede da ONU, à missão diplomática brasileira e à residência do representante do Brasil na organização.

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Tensão diplomática

O governo Lula optou por acionar diretamente a ONU, deixando de buscar diálogo com Washington, em razão do clima de tensão atual entre Brasil e EUA.

Atualmente, Washington mantém uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, como resposta aos abusos do Supremo Tribunal Federal (STF) contra cidadãos e empresas estadunidenses. O governo Trump também critica a perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

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EUA revogaram vistos de Padilha e familiares

No mês passado, o governo norte-americano revogou o visto de Padilha, bem como os de sua esposa e filha, com a justificativa de sua atuação no programa Mais Médicos durante o governo Dilma Rousseff.

Na ocasião, o ministro não foi afetado imediatamente, pois seu visto estava vencido desde 2024, ficando impedido de obter nova autorização. Na terça-feira 16, Padilha afirmou não se importar com a resposta dos EUA.

O Itamaraty havia solicitado, em 19 de agosto, um novo visto para que Padilha participasse de eventos internacionais, como a reunião da Organização Pan-Americana de Saúde, marcada para o dia 29 em Washington, e o debate na Assembleia-Geral da ONU, previsto para começar na próxima terça-feira, 23, em Nova York, onde o ministro participaria de discussões sobre doenças crônicas.

Leia também: “O picadeiro da ONU”, artigo de Augusto Nunes, publicado na Edição 288 da Revista Oeste

Fonte: Revista Oeste

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