O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), escolhido para relatar a proposta de anistia aos atos de 8 de janeiro de 2022, descartou a ideia de um perdão “amplo e irrestrito” aos envolvidos, como defendia a oposição. Segundo ele, não há como “salvar individualmente” o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão por supostamente liderar uma trama golpista.
O parlamentar sinalizou que pode debater redução de penas, mas ainda não há um texto definitivo. Líder sindical com trânsito entre diferentes partidos, Paulinho enfrenta pressão da direita, que tenta convencê-lo a reverter o quadro de injustiça contra o ex-presidente. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirmou que a proposta original de anistia ampla se esgotou nas negociações prévias à votação do requerimento de urgência
Paulinho: “Nem à esquerda, nem à direita”
O deputado destacou que o objetivo é construir um projeto “nem à esquerda, nem à direita”, capaz de pacificar o país e atender, inclusive, à posição do Supremo Tribunal Federal (STF), que considera o perdão inconstitucional. Entre as possibilidades em estudo, está uma alteração pontual do Código Penal. Assim, haveria uma possível redução das penas máximas e mínimas para crimes como golpe de Estado.
Leia também: “Anistia ou Anistia”, artigo de Alexandre Garcia publicado na Edição 288 da Revista Oeste
Antes de finalizar o texto, Paulinho pretende ouvir todas as bancadas e líderes partidários. A expectativa é de que o projeto resulte em redução de penas, e não em perdão total. A escolha do deputado foi bem recebida pelo STF, que vê nele um perfil moderado e interlocução suficiente para equilibrar pressões políticas e preservar a autoridade judicial.
Paulinho já criticou participantes do 8 de Janeiro, chamando-os de “terroristas”. Do mesmo modo, elogiou o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro. Apesar de o Solidariedade ter apoiado a campanha do presidente Lula em 2022, o deputado rompeu com o Planalto em 2023, alegando marginalização da legenda.
+ Leia mais notícias de Política na Oeste
Fonte: Revista Oeste
+ There are no comments
Add yours