‘Distribuição de metanol está além do Estado de SP’

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 30, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a rede de distribuição de metanol está além do Estado de São Paulo. A região metropolitana já registrou duas mortes pela intoxicação com o produto químico, usado na adulteração de bebidas alcoólicas.

Autoridades federais intensificaram as investigações sobre a presença de metanol em bebidas depois do aumento de intoxicações em São Paulo. A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para apurar a origem da substância e identificar possíveis rotas de distribuição que podem ultrapassar os limites estaduais, sinalizando risco nacional.

“Considerando nossa ocorrência, que do nosso ponto de vista é grave, nós determinamos ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que abrisse um inquérito policial para verificar a procedência dessa droga e a rede possível de distribuição, que, ao que tudo indica, transcende os limites de um único Estado”, disse Lewandowski. “Tudo indica que há uma distribuição para além do Estado de São Paulo, o que atrai a competência da Polícia Federal.”

A decisão para abertura do inquérito ocorreu na segunda-feira 29. Nesta terça-feira, o governo federal detalha estratégias emergenciais contra a contaminação, com participação dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça), Alexandre Padilha (Saúde) e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

São Paulo registrou dez casos de intoxicação por metanol apenas em setembro

O metanol é uma substância altamente tóxica | Foto: Reprodução/Redes sociais
O metanol é uma substância altamente tóxica | Foto: Reprodução/Redes sociais

As hospitalizações e as mortes relacionadas ao metanol representam uma mudança de padrão: antes restritas a pessoas em vulnerabilidade social, agora afetam frequentadores de bares e restaurantes, principalmente nas últimas semanas. Desde o início do ano, São Paulo somou 14 casos suspeitos, sendo dez apenas neste mês, indicando contaminação recente.

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A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos classificou o volume de notificações como “fora do padrão para o curto período de tempo”. O óbito mais recente foi de um homem de 54 anos, morador da Mooca, zona leste, que apresentou sintomas em 9 de setembro e faleceu no dia 15, sendo o caso relacionado ao surto apenas agora.

Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, pode existir ligação entre os casos e operações policiais contra o Primeiro Comando da Capital no setor de combustíveis, já que o metanol era empregado para adulterar produtos vendidos em postos controlados pela facção.

Fonte: Revista Oeste

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