Enquanto a guerra na Ucrânia não chega a uma solução pacífica, a tensão na Europa aumentou nesta semana, após o espaço aéreo da Polônia ser invadido por drones da Rússia. Depois do incidente, uma série de movimentações militares tiveram início na região, envolvendo diretamente a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Drones na Polônia
- Na terça-feira (9/9), defesas da Polônia identificaram ao menos 19 drones russos invadindo o espaço aéreo do país.
- Com a ajuda da Itália, Alemanha e Holanda, forças polonesas abateram quatro das aeronaves não-tripuladas.
- Esta foi a primeira vez, desde o início da guerra na Ucrânia, que um país da Otan disparou contra capacidade militares da Rússia.
- Após o incidente, cuja autoria a Rússia nega, países da Otan iniciaram movimentações militares na Europa.
A invasão das aeronaves não-tripuladas da Rússia foi registrada na última terça-feira (9/9). Um evento descrito pelo premiê da Polônia, Donald Tusk, como o “mais próximo que estivemos de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial”.
De acordo com autoridades locais, 19 drones russos entraram na Polônia, e quatro deles foram abatidos por aeronaves não só do país, como também de outros membros da Otan. Segundo o secretário-geral da aliança militar, Mark Rutte, aeronaves da Itália, Holanda e Alemanha também participaram da interceptação dos objetos.
Em comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa da Rússia, o país liderado por Vladimir Putin negou a invasão, e alegou que a operação com drones visou instalações militares na Ucrânia. Teriam sido atacados alvos nas regiões de Ivano-Frankivsk, Khmelnytskyi, Zhytomyr, Vinnytsia e Lviv.
O caso desta semana é um marco, pois a Polônia se tornou o primeiro país da Otan a abrir fogo contra alvos militares da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
Resposta ao exercício entre Rússia e Belarus
Dias após os drones russos invadirem o território polonês, a Rússia iniciou um novo exercício militar em conjunto com Belarus, previsto para acontecer entre os dias 12 e 16 deste mês. A atividade, chamada Zapad-2025, acontece no país comandado por Aleksandr Lukashenko, que divide cerca de 400 km de fronteira com a Polônia.
Os objetivos, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, é aprimorar a cooperação entre os dois países “para manter a paz, proteger interesses e garantir a segurança militar”. A previsão é de que as atividades incluam treinamentos sobre resposta a ataques aéreos, combate a grupos de sabotagem, o uso de armas nucleares e do sistema de mísseis balísticos Oreshnik.
Mesmo com a alegação de que o exercício militar possuí caráter defensivo, a Polônia, e outras nações da Otan, o enxergam como um ensaio para um possível ataque ao território polonês.
Por isso, o governo de Donald Tusk decidiu fechar a fronteira com Belarus, e enviou 40 mil soldados para a região. Além do destacamento polonês, a Otan também anunciou uma resposta ao incidente envolvendo os veículos aéreos não-tripulados da Rússia.
Nomeada Sentinela Oriental, a operação visa reforçar as capacidades militares da Otan no flanco oriental do bloco, que engloba países como Polônia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Hungria, Romênia e Bulgária. Em um comunicado, a Otan informou que a atividade terá duração indeterminada, e deve contar com a participação de forças da Dinamarca, França, Alemanha e Reino Unido.
A resposta aconteceu após a Polônia invocar o Artigo 4 da Otan, mecanismo utilizado para iniciar discussões entre os países da aliança, caso um dos membros se sinta ameaçado.
Trump se esquiva
Enquanto a situação na Europa se deteriora, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um novo sinal de afastamento da Otan.
Na sexta-feira (12/9), o líder norte-americano minimizou a invasão, e disse que a presença de drones russos na Polônia pode ter sido um “acidente”. Trump ainda acrescentou que os EUA não vão “defender ninguém”, após ser questionado por repórteres sobre o caso.
Ainda durante a campanha eleitoral, em 2024, o atual presidente dos EUA deu declarações fortes contra a aliança militar, da qual o país que ele governa faz parte.
Na época, Trump chegou a dizer que encorajaria a Rússia a atacar aliados da Otan, e ameaçou tirar o país da aliança caso os mesmos não atingissem metas de gastos militares.
Fonte: Metrópoles
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