O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, afirmou neste sábado (6/9) que o emprego direto das Forças Armadas no combate a cartéis de drogas representa, em sua visão, “o melhor uso possível” da capacidade militar norte-americana. A declaração foi feita em meio à polêmica sobre uma operação no Caribe que deixou 11 mortos a bordo de um barco venezuelano, suspeito de transportar drogas para o grupo criminoso transnacional Tren de Aragua.
Em mensagem publicada em sua conta no X, Vance escreveu:
“Matar membros do cartel que envenenam nossos cidadãos é o melhor e mais elevado uso de nossas forças armadas”.
Killing cartel members who poison our fellow citizens is the highest and best use of our military.
— JD Vance (@JDVance) September 6, 2025
O comentário foi interpretado como uma reafirmação da linha dura do governo Trump contra o narcotráfico, com foco em organizações suspeitas de atuar na Venezuela e no Caribe.
Operação no Caribe
Segundo o Pentágono, o ataque contra a embarcação, que havia partido em 31 de agosto do estado venezuelano de Sucre em direção a Trinidad e Tobago, foi uma “operação militar contra uma organização terrorista designada”. Washington classificou a ação como parte de um “conflito armado” contra grupos com status de “narcoterroristas”.
Até o momento, o governo venezuelano não se pronunciou oficialmente sobre o episódio. No entanto, Caracas já acusou os EUA, em ocasiões anteriores, de promover “ações desestabilizadoras” na região.
Maduro pede redução das tensões
A fala de Vance ocorre logo após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pedir publicamente a Washington que reduza as tensões militares no Caribe. “Nenhuma das diferenças que tivemos e continuamos a ter poderia levar a um conflito militar de grande impacto ou à violência na América do Sul. Não há justificativa para isso”, afirmou.
Vestindo uniforme militar, Maduro acusou os EUA de tentar impor uma “mudança violenta de regime” na América Latina. Apesar do tom de conciliação em alguns trechos, o líder chavista classificou as recentes ações norte-americanas como “um beco sem saída” e exigiu respeito à soberania venezuelana.
Nos últimos dias, a tensão entre os dois países aumentou após caças venezuelanos sobrevoarem o destróier USS Jason Dunham, que atua no Caribe em operações antidrogas. O Pentágono classificou a manobra como “altamente provocativa”.
Em resposta, o presidente Donald Trump autorizou o envio de 10 caças F-35 para Porto Rico e disse que aviões venezuelanos que representem ameaça a navios americanos poderão ser abatidos.
“Se eles nos colocarem em uma posição perigosa, serão derrubados”, afirmou.
Fonte: Metrópoles
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