O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a promover ataques a opositores e a criticar as plataformas de redes sociais que operam no país. Em pronunciamento exibido na rede nacional de rádio e televisão na noite deste sábado, 6, véspera do Dia da Independência, o petista falou em defender a soberania do país daqueles que, segundo ele, são “traidores da pátria”.
“Defendemos nossa democracia e resistiremos a qualquer um que tente golpeá-la”, disse Lula. “É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. Foram eleitos para trabalhar pelo povo brasileiro, mas defendem apenas os seus interesses pessoais. São traidores da pátria.”
O ataque de Lula se deu, no entanto, de forma genérica. Ele não citou diretamente o nome de nenhum político adversário. O histórico recente, a saber, sinaliza mais um discurso contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem a militância do Partido dos Trabalhadores tem chamado de “traidor”. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar está há meses nos Estados Unidos, onde, ao lado do jornalista Paulo Figueiredo, tem denunciado decisões do Executivo e do Judiciário do Brasil contra opositores do governo e críticos do Supremo Tribunal Federal.
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Ainda tendo a soberania como alegada justificativa para o pronunciamento deste sábado, o presidente afirmou que o Brasil não será colônia de mais ninguém. Nesse sentido, disse que, sob a sua gestão, o país mantém “relações amigáveis” com todas as demais nações do planeta. Entretanto, não explicou a razão de não ter aprovado a indicação do diplomata Gali Dagan para ser embaixador de Israel em Brasília — decisão que fez o governo israelense rebaixar o relacionamento com o Brasil.
Lula também falou ser capaz de governar e de “cuidar da nossa terra”. Não justificou, contudo, o fato da recente venda de minas de níquel pela Anglo American a uma estatal chinesa por US$ 500 milhões, apesar de um grupo turco ter apresentado oferta de US$ 900 milhões.
O presidente da República ainda afirmou defender o meio ambiente. Declaração que não encontra respaldo diante dos dados oficiais. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o desmatamento na Amazônia cresceu 4%, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Em discurso sobre soberania, Lula critica as redes sociais
Ainda em tom de quem se coloca à frente da defesa da soberania brasileira, Lula voltou a criticar as plataformas de redes sociais. De acordo a acusação dele, essas empresas “não estão acima da lei” para espalharem “fake news“, “discursos de ódio” e assédios contra crianças.
O petista não entrou no mérito, no entanto, do estudo que o Instituto Ibespe divulgou em julho. Conforme o material, a promoção de notícia falsa na imprensa tradicional, como rádio e televisão, tem impacto três vezes maior do que se o mesmo conteúdo fosse disseminado pelas redes sociais.
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Lula também não explicou a razão de seu governo não se movimentar quando, no ano passado, a atriz Antônia Fontenelle denunciou o influenciador digital Hytalo Santos por “sexualizar crianças”. Hoje, Hytalo e o companheiro estão presos justamente em razão disso.
Ao sinalizar que seguirá com a ideia de regular as redes sociais no país a partir da justificativa de barrar discursos de ódio, o presidente ignorou o fato de o professor universitário aposentado Marcos Dantas ter sugerido guilhotina à filha mais nova do empresário Roberto Justus, Vicky Justus, de apenas 5 anos. Esquerdista e fã de Karl Marx, Dantas foi secretário do Ministério da Educação durante o primeiro governo Lula.
Fonte: Revista Oeste
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