O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, foi o entrevistado do programa Arena Oeste desta quinta-feira, 18. Ao longo da conversa, ele abordou temas como a PEC da Blindagem, a anistia aos presos de 8 de janeiro e a atuação das facções criminosas no Brasil.
Bilynskyj começou a entrevista com um comentário sobre a aprovação da urgência da PEC da Blindagem. Segundo ele, a proposta “não gera nenhuma espécie de impunidade”, mas garante que o mandato parlamentar seja preservado contra investigações durante seu exercício. “O Supremo Tribunal Federal não pode tirar essa procuração, não pode impedir que eu faça esse trabalho nesse período, a não ser que a Câmara aprove”, afirmou.
O parlamentar declarou que a medida tem relação com a votação da anistia aos presos de 8 de janeiro. De acordo com Bilynskyj, a aprovação da PEC daria segurança para que deputados não fossem pressionados pelo Judiciário em votações. “O objetivo da PEC era garantir que: ‘olha, você está protegido, pode votar anistia que ninguém vai te retaliar’”, disse.
Sobre a relatoria do projeto de lei da anistia, atribuída a Paulinho da Força (Solidariedade-SP), o deputado avaliou que ainda não há definição do texto final. “Votamos a urgência do tema anistia, ponto, isso foi decidido”, explicou. “É urgente que nós tratemos desse texto, desse assunto. O texto vai ser construído.”
Segurança pública em pauta
Perguntado sobre o assassinato do delegado Ruy Ferraz Fontes, morto durante uma emboscada em Praia Grande (SP), Bilynskyj criticou a atual estrutura da justiça criminal. Para ele, a vítima não recebe resposta adequada do Estado. “A vítima não é levada em consideração, o Estado só tem a obrigação com o preso”, acrescentou.
Ele sugeriu substituir as audiências de custódia por audiências de instrução e julgamento, o que permitiria condenações imediatas em flagrantes de tráfico de drogas. “O réu sai dali condenado, preso”, afirmou. “Agora, a vítima foi levada em consideração nesse caso? Sim.”
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O deputado também defendeu o fim das saídas temporárias. Ele explicou que a lei aprovada extinguiu o benefício, mas que, por interpretação judicial, presos já condenados continuam tendo direito à medida, enquanto apenas os condenados depois da publicação da lei deixam de usufruí-la. “Interpretação judicial garantista”, criticou.
Além disso, Bilynskyj disse que a falta de recursos é um dos principais entraves ao combate ao crime organizado e defendeu parcerias internacionais. “Se os Estados Unidos resolvessem investir US$ 500 milhões na Polícia Federal, aumentaria o orçamento de R$ 1,5 bilhão para R$ 4 bilhões”, calculou. “Você acha que isso não faria diferença?”
Facções são consideradas terrorismo? Entenda
Um dos pontos centrais da entrevista foi a análise da infiltração das facções no Estado. “O único motivo do Brasil não conseguir controlar o crime organizado é porque o crime organizado já faz parte do Estado brasileiro”, atestou. “Faz parte do Executivo, faz parte do Legislativo, faz parte do Judiciário e faz parte do setor econômico.”
Bilynskyj argumentou que facções como PCC e Comando Vermelho devem ser classificadas como organizações terroristas. “A forma como o PCC atacou o doutor Rui […] é uma forma de organização terrorista”, avalia. “Vamos colocar os pingos nos is e permitir que o mundo enxergue as organizações terroristas brasileiras como uma ameaça ao mundo.”
Ele também defendeu o direito ao porte de armas por cidadãos comuns e o comparou à proteção dada a autoridades. “Por que o Lula tem segurança armada e eu não posso ter uma arma para defender minha família em casa?”, perguntou.
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Bilynskyj comenta as eleições de 2026
Na parte final da entrevista, Bilynskyj destacou que Bolsonaro continuará a ser o principal líder da oposição. “Quem vai decidir o candidato à presidência é o Jair Bolsonaro, porque ele é o titular do capital político”, declarou. Ele disse ainda ter “certeza absoluta” de que a direita vencerá em 2026.
Ao encerrar, o deputado reforçou seu compromisso de continuar com sua atuação pela segurança pública. “Agora o objetivo é conquistar o Governo Federal, é tirar o PT do governo”, afirmou. “Número dois é garantir a continuidade do trabalho que vem sendo desempenhado no Estado de São Paulo e, se sobrar um tempo, gostaria muito de me reeleger.”
Leia também: “A ousadia do crime organizado”, reportagem de Edilson Salgueiro publicada na Edição 243 da Revista Oeste
Fonte: Revista Oeste
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