O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), realizou nesta sexta-feira, 5, na sede da Bolsa de Valores (B3), o leilão do Túnel Santos–Guarujá, um dos projetos mais emblemáticos de mobilidade do país. A vencedora do certame foi a empresa Mota-Engil Latam Portugal.
A companhia europeia apresentou proposta de desconto de 0,5% sobre a contraprestação pública máxima anual, fixada em R$ 438,3 milhões. A espanhola Acciona também participou, mas não concedeu desconto. O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, considerou o evento como um dia histórico.
Leilão: futuro da Baixada Santista, diz Tarcísio
“São 100 anos de espera, que está terminando agora. Várias pessoas trabalharam nesse projeto para que ele se tornasse real. Tivemos várias discussões, muitas horas de trabalho. O que estamos celebrando hoje é o futuro da Baixada Santista, do Estado de São Paulo e do Brasil”, afirmou.
O empreendimento terá investimento total estimado em R$ 6,8 bilhões. A realização se dará no modelo de Parceria Público-Privada (PPP) patrocinada, com concessão de 30 anos. O aporte público máximo é de R$ 5,1 bilhões, dividido igualmente entre Estado e União (R$ 2,5 bilhões cada).
O túnel terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, construídos com módulos de concreto pré-moldados instalados no leito do canal portuário. A técnica está em vigor na Europa e Ásia. A infraestrutura contará com três faixas por sentido, sendo uma reservada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além disso, haverá passagem para pedestres, ciclistas e galeria de serviços.
“O leilão do Túnel Santos–Guarujá é um marco histórico para São Paulo e para o Brasil. Estamos trazendo uma solução de engenharia moderna, com segurança jurídica e sustentabilidade, que vai encurtar distâncias, gerar empregos e transformar a mobilidade da Baixada Santista”, afirmou o secretário de Estado de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini.
Impacto na mobilidade; entenda as mudanças
Atualmente, a ligação entre Santos e Guarujá é feita por balsas, com travessia de cerca de 18 minutos, sujeitas a filas e variações de operação. Pela estrada, o trajeto pode chegar a 1 hora. Com o túnel, o deslocamento será reduzido para até cinco minutos, beneficiando mais de 2 milhões de habitantes da Baixada Santista e trabalhadores que circulam diariamente entre as cidades.
A escolha pelo túnel imerso resultou de análise técnica criteriosa. Alternativas como ponte ou túnel escavado foram descartadas devido a restrições da Base Aérea de Santos, tráfego intenso de navios no canal portuário e solo instável. O método reduz impactos urbanos e ambientais, minimiza desapropriações e permite execução mais rápida e segura. O contrato prevê tarifa de referência de R$ 6,15 por sentido para veículos, valor semelhante ao da balsa atualmente em operação. Pedestres e ciclistas terão isenção de cobrança, garantindo acesso inclusivo à travessia.
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Fonte: Revista Oeste
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