A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados convocou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para prestar esclarecimentos sobre um caso que envolve seu filho, o advogado Enrique de Abreu Lewandowski.
Enrique advoga para a empresa Terra Nova Trading, alvo da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal (PF). A companhia é acusada de movimentar bilhões de reais em fraudes tributárias e lavagem de dinheiro para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
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O requerimento foi apresentado pelo deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) e deverá ser votado na próxima sessão da comissão. A possibilidade, segundo confirmou a assessoria de imprensa do parlamentar, é que a votação ocorra na próxima semana. O requerimento de convocação foi protocolado na última terça-feira, 2.
Como se trata de convocação, e não de convite, Lewandowski não poderá se recusar a comparar à comissão. A audiência pública com o ministro será marcada depois da aprovação do requerimento e notificação ao Ministério da Justiça, a partir da disponibilidade de agenda de Lewandowski.
O deputado afirmou que a presença do ministro é necessária diante da “gravidade do conflito ético”. Para o parlamentar, a ligação profissional entre o filho do ministro e a empresa investigada lança dúvidas sobre a imparcialidade do comando da Justiça.
“O que se revela, com absoluta gravidade, é a proximidade do núcleo familiar do ministro da Justiça e Segurança Pública com investigados ligados ao maior grupo criminoso do país”, afirmou o deputado. “Isso é um escândalo sem precedentes e uma afronta ao povo brasileiro.”
Segundo a PF, a Terra Nova Trading teria gerado créditos tributários falsos e usado postos de combustíveis e fintechs para simular transações, inflar valores e lavar dinheiro do crime organizado. A operação é conduzida pela PF, pela Receita Federal e pelo Ministério Público.
Enrique Lewandowski nega atuação em atividades suspeitas da empresa
Ao portal Metrópoles, a assessoria de imprensa de Enrique Lewandowski afirmou que ele não atua no caso envolvendo as suspeitas de ligação com o PCC.
“O advogado Enrique Lewandowski não atua no caso citado”, escreveu a assessoria, em nota. “Ele atua nas áreas cível e tributária para a Terra Nova Trading desde 2018. Enrique não advoga em temas criminais e não conhece processos nos quais não está constituído como representante legal.”
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Em outro trecho, a assessoria reforçou que o advogado “repudia qualquer tentativa de criminalização da atividade advocatícia, reafirmando o compromisso com a legalidade e a ética profissional”.
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Fonte: Revista Oeste
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