O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (1º/9) que oito embarcações militares dos Estados Unidos, acompanhadas de um submarino, já navegam no Caribe com 1,2 mil mísseis apontados para o território venezuelano. Em entrevista coletiva em Caracas, ele declarou que, caso haja agressão, o país entrará em uma “luta armada” para defender sua soberania.
Maduro classificou a movimentação como “a maior ameaça à América Latina no último século” e acusou os EUA de promoverem uma incursão “criminosa e imoral”.
“Oito navios de guerra, 1,2 mil mísseis e um submarino nuclear estão mirando a Venezuela. […] Se a Venezuela for agredida, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional e da história e do povo da Venezuela”, disse.
O envio da frota foi autorizado em meados de agosto pelo governo de Donald Trump, sob o argumento de intensificar o combate ao narcotráfico na região. Foram deslocados ao menos sete navios de guerra, um submarino nuclear, aviões de reconhecimento P-8 e cerca de 4,5 mil militares.
O governo venezuelano avalia, no entanto, que a dimensão da operação ultrapassa uma ação de interdição ao tráfico de drogas, levantando suspeitas sobre uma possível intervenção militar.
Cerco dos EUA
Washington acusa Maduro de liderar o suposto Cartel de los Soles, classificado como organização terrorista, e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. A Casa Branca não confirma, nem descarta um ataque.
Atualmente, uma frota de navios de guerra dos EUA se dirige à região costeira da Venezuela, enquanto a Casa Branca promete que “todo o poder” norte-americano será usado contra o tráfico na América Latina.
A Venezuela, por sua vez, mobilizou tropas e milicianos, enviou 15 mil soldados à fronteira com a Colômbia e acionou a ONU, pedindo que pressione os EUA a respeitar a soberania do país.
“A humanidade e esta organização não podem permitir que, em pleno século 21, ressurjam políticas de força que ponham em risco a paz e a segurança internacional”, escreveu Maduro em carta enviada ao secretário-geral António Guterres.
Com as maiores reservas de petróleo do mundo — 302,3 bilhões de barris, segundo o Relatório Mundial de Energia 2025 —, a Venezuela volta a ser palco de tensão geopolítica. Trump já havia declarado, em 2023, que se tivesse vencido as eleições de 2020 teria “tomado o país” para garantir o petróleo.
Fonte: Metrópoles
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