O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, defendeu, nesta terça-feira, 9, a legalização da cocaína. Ele discursou ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Manaus, durante a inauguração de um centro de segurança para a Amazônia.
“Se amanhã a cocaína fosse legalizada no mundo, não haveria máfia”, disse Petro. “E não haveria destruição da selva amazônica. Esse é um tema de discussão, a América Latina deveria discutir sem vergonha.”
Ele criticou a política dos Estados Unidos para a região. Segundo o colombiano, trata-se de uma abordagem “fracassada”. “Os gringos agora estão usando o fentanil e morrem aos milhares”, continuou. “E quando era cocaína morriam muito menos. E quando era maconha menos ainda.”
Petro argumentou que a criminalização da cocaína fortalece as máfias e pune jovens por uso de maconha. Em fevereiro, ele já havia dito que a droga é ilegal por sua produção ser na América Latina, e não por ser “mais nociva que o uísque”.
Posição de Petro a favor da cocaína é antiga
Essa não foi a primeira vez que o presidente colombiano defendeu mudanças na política antidrogas. Em 2022, durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, afirmou que a cocaína causa menos mortes por overdose do que os impactos ambientais e de saúde pública do carvão e do petróleo.
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“Os poderes decidiram que cocaína é veneno e deve ser perseguida, mesmo causando um baixo número de overdoses, muitas por resultado de misturas com outras substâncias”, disse, na ocasião. “Entretanto, carvão e petróleo devem ser protegidos, mesmo que seus usos levem a humanidade à extinção.”
Durante o evento em Manaus, Petro também criticou a ameaça de ação militar dos EUA contra a Venezuela. Ele reagiu à operação norte-americana que atacou um barco na região do Caribe, episódio confirmado pelo secretário de Estado Marco Rubio.
“A América Latina é a dona do Caribe e vai ter que suportar isso e ficar calada?”, disse Petro. “Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Vamos ficar calados e ver essas bombas matando nossas crianças, ou vamos parar e nos unir?”
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Fonte: Revista Oeste
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