A Rússia divulgou, nesta quinta-feira (16/10), detalhes sobre a conversa telefônica entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, o diálogo durou quase duas horas e meia, tendo sido marcado por um tom “franco, confidencial e produtivo”.
“Putin conversou por telefone com o presidente dos EUA, Donald Trump. Aliás, esta é a oitava ligação telefônica deles”, disse Ushakov. “Foi claramente muito informativa, mas, ao mesmo tempo, uma discussão extremamente franca e confidencial.”
Segundo o Kremlin, Putin iniciou a conversa parabenizando Trump pelos “esforços de manutenção da paz” que levaram ao cessar-fogo na Faixa de Gaza — um movimento elogiado, segundo Ushakov, “no Oriente Médio, nos próprios Estados Unidos e na maioria dos países do mundo”.
Ucrânia em pauta
O conflito ucraniano foi tema central da conversa. Putin teria feito uma “avaliação detalhada da situação atual” e enfatizado o interesse da Rússia em uma solução “política e diplomática pacífica”.
Ushakov afirmou ainda que as Forças Armadas russas “mantêm total iniciativa estratégica ao longo de toda a linha de combate”, e acusou o governo ucraniano de recorrer a “métodos terroristas” contra civis e infraestrutura energética.
Trump teria reiterado “a necessidade de uma paz rápida na Ucrânia”. O republicano disse que o conflito “se mostrou o mais difícil de resolver entre todas as suas atividades de pacificação”, mas destacou que o fim da guerra abriria “enormes perspectivas para o desenvolvimento da cooperação econômica” entre EUA e Rússia.
Mísseis Tomahawk
Um dos pontos sensíveis abordados na ligação foi o possível envio de mísseis de cruzeiro Tomahawk para Kiev, pedido feito pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Segundo o porta-voz russo, Putin alertou que o fornecimento “não mudará a situação no campo de batalha, mas causará danos significativos às relações entre nossos países”.
O Kremlin informou ainda que ambos os presidentes discutiram a possibilidade de um novo encontro presencial, possivelmente em Budapeste.
“Presume-se que os representantes dos dois países começarão imediatamente a se preparar para uma cúpula”, afirmou o assessor.
Putin também teria elogiado “os esforços pessoais” de Milana Trump, primeira-dama dos EUA, por atuar na reunião de crianças russas e ucranianas com suas famílias.
Encontro de Trump e Zelensky
A conversa telefônica ocorreu um dia antes do encontro entre Trump e Zelensky, marcado para esta sexta-feira (17/10), na Casa Branca. A reunião deve ter como foco a defesa aérea ucraniana e o envio de armamentos ao país.
Segundo Trump, a ligação com o presidente russo representou “grande progresso” rumo ao fim da guerra e poderia abrir caminho para um novo ciclo de negociações de paz.
Fonte: Metrópoles
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