deputados e senadores pedem impeachment de Moraes

A Avenida Paulista virou palco de uma das maiores manifestações populares deste ano, neste domingo, 7. Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o ato reuniu parlamentares, dirigentes partidários e lideranças religiosas, que se revezaram em discursos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa da anistia ampla e irrestrita para os condenados pelos atos do 8 de janeiro.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, enfatizou que o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal nome do partido para as eleições de 2026. “Não temos plano B”, afirmou. “Bolsonaro é o candidato a presidente. Não houve golpe, houve baderna generalizada. Esse julgamento é injusto. Vamos aprovar a anistia. Temos maioria para isso no Congresso.”

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Líder do PL na Câmara, o deputado federal Sóstenes Cavalcante chamou o ministro Alexandre de Moraes de ditador. “Vossa excelência é um ditador”, afirmou, referindo-se ao magistrado. “O senhor comete crime. Já temos 41 assinaturas, Davi Alcolumbre. Paute o afastamento desse ministro. O Brasil jamais será vermelho. Anistia já! 2026 é logo ali. Volta, Bolsonaro.”

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, afirmou que há repressão política no país:

“Querem nos reprimir, mas ninguém cala o grito do povo brasileiro pela liberdade. Volta, Bolsonaro!”

Além de Moraes: Lula também vira alvo de críticas

O ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol também discursou. “Fora, Lula”, clamou. “Fora, Moraes. Queremos o fim da ditadura de toga. Na Lava Jato, buscávamos o dinheiro dos corruptos. Agora, eles buscam o caderno de orações do pastor Silas Malafaia. O Brasil quer o impeachment constitucional de Alexandre de Moraes.”

O deputado Marco Feliciano falou em perseguição religiosa e disse que a base bolsonarista está mobilizada:

“Calaram um Bolsonaro, mas levantaram milhões de Bolsonaros. Há perseguição religiosa, sim. Não nos calaremos. Fora, Moraes”.

O delegado e deputado federal Paulo Bilynskyj sintetizou a principal bandeira do ato:

“O dia de hoje marca o que o Brasil quer para o mundo. A pauta é simples e única: anistia total, geral e irrestrita. Anistia já!”

Bolsonaro sofre injustiça, segundo parlamentares

O deputado estadual Tomé Abduch disse que o processo contra Bolsonaro é arbitrário. “Somos a última linha de defesa da nação brasileira”, afirmou. “Um golpe que nunca aconteceu. Quem sofreu golpe fomos nós, que perdemos as nossas liberdades.”

O ex-vereador Fernando Holiday fez um discurso inflamado. “Senhor Alexandre de Moraes, se quiser nos calar tem de prender a Avenida Paulista inteira e metade do país”, disse. “Não tememos o senhor. Vamos comemorar a sua queda, a sua prisão. Fora, Moraes!”

A vice-presidente nacional do PL Mulher, vereadora Priscila Costa, resumiu o sentimento do público:

“O povo brasileiro tem sede de justiça”.

O ato na Paulista ocorreu em meio ao julgamento da Ação Penal 2.668, em que Bolsonaro e aliados são acusados de tentar manter-se no poder depois da derrota em 2022. O ex-presidente cumpre medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação. Sua ausência foi suprida pela presença de Michelle e pelo coro das lideranças partidárias, que reafirmaram sua candidatura em 2026 e classificaram o processo como “injusto” e “sem provas”.