O governo dos Estados Unidos informou, nesta segunda-feira (6/10), que espera que a libertação rápida dos reféns em Gaza acelere o avanço das negociações de paz entre Israel e o grupo Hamas, que se reúnem no Egito para discutir os termos do plano de 20 pontos proposto pelo presidente Donald Trump.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, o republicano acompanha de perto o progresso das conversas e quer que a libertação dos reféns sirva de impulso para as demais etapas do acordo.
“Queremos agir com muita rapidez, e o presidente quer ver os reféns libertados o quanto antes”, destacou Leavitt. “É assim que a equipe do presidente se sente — para que possamos ganhar impulso, libertar os reféns e, em seguida, passar à próxima etapa, que é garantir uma paz duradoura e sustentável em Gaza.”
As negociações estão ocorrendo em Cairo, com a presença do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e do genro de Trump, Jared Kushner.
Segundo Leavitt, os negociadores estão revisando as listas de reféns israelenses e de prisioneiros palestinos que poderão ser libertados, além de buscar condições “seguras e controladas” para a execução do plano.
“O presidente está totalmente a par e sendo constantemente informado sobre a situação”, detalhou a porta-voz.
Nesse domingo (5/10), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia condicionado o avanço das negociações à libertação de reféns.
“Não passaremos para nenhuma das 20 cláusulas até que o último refém, cada um deles, tenha cruzado o território israelense”, afirmou Netanyahu. “Só então prosseguiremos para qualquer outra cláusula”.
Plano de paz de Trump
- Apresentado em 29 de setembro, o plano de paz para Gaza reúne 20 pontos e prevê que o território palestino se torne uma zona livre de grupos armados.
- A proposta inclui anistia a membros do Hamas que entregarem as armas e aceitarem coexistir pacificamente com Israel.
- O documento foi anunciado por Trump ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e conta com o apoio de diversos países árabes e ocidentais, entre eles Egito, Catar, Emirados Árabes Unidos e França.
- Na última sexta-feira (3/10), o Hamas declarou estar disposto a libertar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, conforme pedido de Netanyahu, e aceitou entregar o governo de Gaza a uma autoridade independente — movimento visto por analistas como o primeiro sinal concreto de abertura desde o início da guerra, há quase dois anos.
Papel do Egito
O Egito tem desempenhado um papel central como mediador das conversas. O país busca equilibrar as demandas de Israel, Hamas e Estados Unidos, enquanto tenta evitar uma nova escalada militar na região.
A expectativa da Casa Branca é que a libertação dos reféns ocorra ainda nesta semana, permitindo que as partes avancem para as fases seguintes do plano, que incluem garantias de segurança, reconstrução civil de Gaza e supervisão internacional do cessar-fogo.
Se bem-sucedido, o acordo seria o primeiro avanço diplomático significativo entre Israel e Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Fonte: Metrópoles
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