O ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi, vai prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS na próxima segunda-feira, 8. Ele deve comparecer ao Congresso Nacional depois de o colegiado ter aprovado o requerimento de convite.
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O depoimento de Lupi ocorre em meio ao aprofundamento das apurações do colegiado, que já aprovou pedidos de prisão preventiva contra mais de 20 pessoas e quebrou sigilos de empresários apontados como figuras centrais da fraude, como Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
A CPMI também rastreia visitas desses lobistas ao Congresso e ao próprio instituto, além de cobrar informações sobre a movimentação financeira de entidades suspeitas de envolvimento com a fraude.
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A apuração da comissão iniciou depois da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), a qual revelou um esquema bilionário de descontos irregulares em aposentadorias e pensões, envolvendo sindicatos e associações de fachada.
Esquema bilionário
Segundo a CGU e a Polícia Federal, o esquema funcionava por meio de falsificação de autorizações de idosos para que o INSS realizasse descontos automáticos em folha em favor de associações.
Os beneficiários acreditavam se tratar de contribuições voluntárias, mas o dinheiro era desviado. A estimativa é de que, entre 2019 e 2024, o prejuízo aos segurados tenha alcançado R$ 6,3 bilhões, atingindo quase 7 milhões de aposentados e pensionistas.
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Nesta semana, a diretora de Auditoria de Previdência da CGU, Eliane Viegas Mota, revelou à CPMI que a própria Controladoria havia alertado o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em 2024, para suspender os descontos. Mesmo assim, ele manteve os acordos com entidades e só interrompeu os repasses após a operação policial.
Além de auditores, a comissão já ouviu o advogado Eli Cohen, responsável por revelar detalhes do esquema. Cohen afirmou ter identificado em “dez minutos” a fraude e apontou Maurício Camisotti como o principal beneficiário, com repasses de até 27,5% das contribuições para o lobista “Careca do INSS”.
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Avanço da CPMI do INSS
Em meio à série de depoimentos, a CPMI amplia o cerco a sindicatos e associações, incluindo o Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), onde ocupa cargo de vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico.
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O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), têm reiterado que não haverá blindagem a autoridades ou entidades ligadas ao caso.
Na próxima quinta-feira, 11, a CPMI ouvirá outro ex-ministro da Previdência, José Carlos Oliveira, que comandou a pasta no governo Jair Bolsonaro (PL).
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Fonte: Revista Oeste
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