O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira, 29, que a conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, dos Estados Unidos, ainda não tem data, formato nem local definidos. O tema central será a sobretaxa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros.
“Não tem ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que ele é um passo importante para a gente poder avançar”, disse Alckmin em entrevista à Rádio CBN.
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A expectativa é que o primeiro contato seja remoto — por telefone ou videoconferência. Nesse sentido, uma reunião presencial ficaria para um segundo momento.
O Palácio do Planalto e o Itamaraty estudam vários cenários. Entre eles, uma visita à Casa Branca, um encontro na casa de Trump, em Mar-a-Lago, ou mesmo em outro país, aproveitando compromissos diplomáticos.
Lula tem viagens previstas para a Itália, Indonésia e Malásia em outubro. Trump pode participar da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático, na Malásia, no fim do mês. O evento também deve contar com a presença do petista.
A sobretaxa a produtos do Brasil entrou em vigor há quase dois meses. Alckmin afirma que o governo tem bons argumentos para derrubá-la. “Os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil”, destacou. “Estamos otimistas. Vamos aguardar os próximos dias para avançar mais.”
Além das tratativas com os EUA, o vice-presidente falou sobre economia interna. Um dos temas foi a proposta que isenta do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A medida, promessa de campanha de Lula, deve ser votada nesta quarta-feira, 1º de outubro, na Câmara. A equipe econômica trabalha para implementá-la em 2026.
Alckmin também cobrou do Banco Central a redução da taxa básica de juros, hoje fixada em 15% ao ano. Para ele, a Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) nesse patamar atrapalha o crescimento e encarece a dívida pública.
“Estamos otimistas que a gente possa ter uma redução da Selic mais rápida”, afirmou o vice-presidente.
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A taxa atual é a mais alta desde julho de 2006, quando o país ainda vivia o primeiro mandato de Lula. Naquele ano, a Selic chegou a 15,25% ao ano.
Fonte: Revista Oeste
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